Em um cenário marcado pelo crescimento dos divórcios e pela incidência de casos de infidelidade, deparar-se com uma união conjugal estável e resiliente ao longo dos anos parece ser uma ocorrência cada vez mais escassa.
Durante diferentes épocas, a figura da amante tem sido vista com desaprovação na sociedade.
Muitas dessas mulheres são aquelas que se envolvem romanticamente com homens que já estão em relacionamentos comprometidos.
Isso levanta debates sobre a questão da responsabilidade moral: essa responsabilidade recai sobre a amante ou sobre a pessoa comprometida?
Muitas vezes, esses indivíduos vivem uma “vida em paralelo”, sem planos de formalizar o elo com a amante.
Isso pode ser influenciado pelo estigma ligado a essa dinâmica ou apenas uma escolha de conforto pessoal.
Compreender por completo as razões pelas quais eles optam por manter seus compromissos formais, apesar do envolvimento com a amante, é complicado.
No entanto, é evidente que muitas amantes anseiam por receber a dedicação exclusiva desses homens, na esperança de que um dia eles reconheçam o relacionamento.
Para o homem comprometido, sua família convencional – esposa e filhos – é a prioridade máxima.
Mesmo havendo uma ligação com a amante, a família original permanece no centro.
A influência da opinião pública também é relevante.
Geralmente, os relacionamentos com amantes são mantidos em segredo.
Poucos teriam coragem de apresentá-las aos seus entes queridos, temendo julgamentos.
Tanto o homem quanto a amante estão cientes das possíveis consequências e, por isso, tendem a ser discretos. No entanto, é importante destacar que em certos casos, o relacionamento pode transcender a superficialidade, baseando-se em confiança e apoio mútuos.
Em algumas circunstâncias, as amantes podem ser ludibriadas por homens astutos que enganam ambas as partes.
Em outros casos, as amantes se tornam figuras essenciais, recebendo presentes valiosos.
Muitas vezes, os homens atendem a esses agrados com o receio de serem expostos.
Entretanto, conforme observado pela colunista Yazmín Alessandri, a amante não possui prerrogativas sobre o homem, seja no aspecto financeiro ou emocional.
Com frequência, a sociedade a exclui, e ela não dispõe de respaldo legal para proteger seus direitos.
Kristen Houghton, que aborda questões femininas, opina que quando uma mulher assume o papel de amante, na maioria das vezes, ela se submete a um relacionamento onde as chances de prejuízo são grandes.
O bem-estar da família tradicional normalmente vem antes das necessidades da amante.
Ainda que existam casos onde homens abandonaram suas famílias por um novo amor, essas situações são excepcionais.
Em síntese, a primordial razão pela qual um homem comprometido evita envolver-se completamente com a amante é sua ligação e responsabilidade pré-existente com sua família oficial.